Apelo ao meu lado mais desordeiro; quero ir para uma prisão de vertigem
soltar as minhas garras e crivá-la, segurar-me a ela
e voarmos num dia sem pára-quedas até ao meu colapso.
Amarro-a, aperto-a contra mim e perfuro o chão, cuspo um sangue doce
e enxovalho-me de orgânico e partículas terrestres. A vertigem
desaparece nos meus lábios e o meu corpo esgana um murmúrio de fractura.
Sinto um desespero celular lamber-me os cortes por onde escorre a dor
enquanto eu paraliso os meus olhos no espaço aberto.
Arfo por uma brisa que me agite os cabelos e me deposite um tom morno
nos ossos